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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Entenda como funcionam os cabos submarinos

Na era dos satélites, as telecomunicações ainda dependem, e muito, de um sistema implantado em meados do século 19 e que vem se desenvolvendo desde então. Trata-se dos cabos submarinos, que interligam países e continentes e permitem que as pessoas se comuniquem por telefone e internet, assistam televisão ou que as empresas transmitam dados.
No fim de janeiro, Índia, Egito e países do Oriente Médio viveram momentos de apreensão em razão de uma falha nesse sistema. Durante quase duas semanas, esses locais tiveram problemas no acesso à internet e telefone, devido ao rompimento de alguns desses cabos.
Segundo comitê internacional, cabos submarinos carregam 95% das informações de voz e dados transmitidas internacionalmente
O problema mais grave ocorreu em razão da quebra de dois cabos importantes que ficam no mar Mediterrâneo. Segundo o TeleGeography, um grupo de pesquisas dos Estados Unidos que rastreia cabos submarinos pelo mundo, o rompimento dos cabos afetou em 75% a capacidade de conexão do Egito e países do Oriente Médio com a Europa.
Atualmente, a maior parte desses cabos são dotados de fibras ópticas, que recebem uma proteção bastante reforçada para trabalhar sob o mar.
E, para reduzir o risco de acidentes, os cabos são identificados em cartas náuticas e ficam localizados em áreas de proteção. Nessas regiões, atividades que podem danificar o sistema, como a pesca, são proibidas.
Acidentes
Mas, de acordo com José Roberto Amazonas, professor associado da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), esse tipo de acidente é "mais ou menos comum". Ele afirma que o problema pode ser causado, por exemplo, por âncoras de navios --uma das principais suspeitas no caso do Mediterrâneo-- ou até tubarões.
Entretanto, para que o fluxo de informações não seja interrompido, cada vez que um cabo se rompe, há uma "redundância" no sistema. Ou seja, caso o tráfego fique impossibilitado em uma rede de cabos, o fluxo é transferido temporariamente para outra banda.
"Nesse caso [do último rompimento], esses países provavelmente não tinham uma redundância adequada", afirma ele.
Eficiência
Apesar desse tipo de problema, Amazonas afirma que o sistema de transmissão por cabos submarinos é mais eficiente que por satélite. Isso porque o cabeamento tem maior capacidade para suportar o fluxo de dados e os transmite em menos tempo, além de proporcionar melhor qualidade de transmissão.
Essa eficiência é, entre outros motivos, gerada pela implantação dos cabos de fibra óptica, iniciada em meados nos anos 80. Apenas um par de fibras ópticas --em um cabo submarino pode haver vários-- pode transmitir, de uma só vez, o equivalente a 150 milhões de telefonemas juntos.
Segundo o International Cable Protection Committee (algo como Comitê Internacional para Proteção de Cabos), atualmente os cabos submarinos carregam 95% das informações de voz e dados transmitidas internacionalmente, enquanto os satélites carregam 5%.
Grande parte de mares e oceanos servem de abrigo para cabos submarinos. De acordo com o comitê de proteção, apenas no Atlântico há 56 cabos em operação. No site da instituição é possível ver a lista com esses equipamentos.
Brasil
No Brasil, esses cabos são de extrema importância, dadas as dimensões do país. Há cabos submarinos por toda a costa brasileira, que conectam regiões do país e também pontos no exterior.
Em geral, esses sistemas são controlados por grupos de empresas de telecomunicações, como Embratel e Telefonica --a partir deles é que as empresas podem oferecer serviços de telefonia e internet, por exemplo.
Mas há empresas que não são do setor que também possuem esse tipo de cabo. É o caso da Petrobras, que usa o sistema para transmitir dados das plataformas de petróleo localizadas na bacia de Campos, por exemplo, para os escritórios em terra.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Como surgiu a internet

- Para quem conhece a Internet há menos de cinco anos, sua história poderá parecer surpreendente. Em nenhum momento dos seus primeiros anos concebeu-se o que vem acontecendo hoje. Os motivos do seu surgimento também estavam bem longe da vocação comercial que a Rede assumiu ao longo dos últimos anos.
Para compreender todas essas mudanças, é preciso voltar um pouco no tempo.
- No final da década de cinqüenta, no auge da Guerra Fria, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos concebeu a ARPA - Advanced Research Projects Agency. Sua função era liderar as pesquisas de ciência e tecnologia aplicáveis às forças armadas. Um dos objetivos foi o de se ter a possibilidade de desenvolver projetos em conjunto, sem o inconveniente da distância física, nem o risco de se perder dados e informações de uma base destruída em caso de combate.
- Assim, em 1969, foi criada a ARPANET - ARPAnetwork e em outubro do mesmo ano foi enviada a primeira mensagem remotamente, inaugurando na prática suas atividades. Durante os anos seguintes, a ARPANET foi sendo ampliada com novos pontos em todo os Estados Unidos, passando a incluir também universidades. Em 1971, surgiu o modelo experimental do e-mail (o seu primeiro software veio em 1972), ampliando a utilidade da Rede. Já em 1973, foram criadas as primeiras conexões internacionais, interligando computadores na Inglaterra e na Noruega.
- O resto da década de 70 foi marcado pelo crescimento da Rede, por onde circularam mensagens enviadas até mesmo pela Rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Também surgiram outras redes paralelas que posteriormente viriam a se unir à ARPANET. Essa união não significava em todos os casos o desaparecimento de alguma dessas redes, pois uma das premissas da ARPANET era de que ela fosse capaz de comunicar se com qualquer computador e/ou rede que houvesse. Essa premissa se mantém até hoje.
- Em 1982, foi implementado o TCP/IP, protocolo padrão da Rede. No ano seguinte, toda a parte militar (que recebeu o nome de MILNET) foi separada da ARPANET. Em 1985, surgiram os primeiros domínios (.edu, .org e .gov), logo após à criação deste conceito. Também nessa época, começou a ser usado o nome INTERNET para se referir ao conjunto de redes liderado pela ARPANET. Depois da cisão com a parte militar e o uso já comum do termo INTERNET, a ARPANET se esvaziou e deixou de existir oficialmente em 1990.
- Como o pressuposto da Internet é que ela seja aberta a qualquer computador ou rede que deseje se conectar, é preciso haver uma forma de tornar possível essa comunicação, pois sistemas diferentes usam computadores e linguagens diferentes. A maneira de conseguir isso foi através da criação de um protocolo de comunicação padrão, o TCP/IP. Um protocolo é uma forma de comunicação entre computadores. Usando o mesmo protocolo, sistemas diferentes conseguem estabelecer entre si a comunicação desejada.
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Em 1991, surgiu a WWW, liderando uma grande mudança nos hábitos e no perfil dos usuários da INTERNET. Um grupo de cientistas do CERN - Laboratoire Européen pour la Physique des Particules decidiu tornar seu tempo de uso da Rede mais rápido, fácil e produtivo. Para isso, desenvolveram e acabaram por criar, em 1991, o serviço WWW. Na época era muito complicado e trabalhoso navegar na Internet. Somente programadores e operadores tinham capacidade para usar a Rede e mesmo para eles isso era trabalhoso e despendia tempo. Com a WWW, a tarefa de navegar tornou-se extremamente simples. Endereçamentos amigáveis e visualização clara e rápida possibilitaram ao leigo um acesso antes restrito a especialistas.
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Para navegar nesse novo sistema, foi criado um novo tipo de software, conhecido como browser ou navegador. O primeiro a ter grande impacto foi o Mosaic, liderado por M. Andreeseen, que mais tarde fundaria a Netscape Communications Corporation. O Mosaic se espalhou por milhares de usuários, tornando a WWW conhecida rapidamente, o que levou à multipligação da quantidade de home-pages disponíveis. Com essa multiplicação, mais usuários aderiram, criando um ciclo de crescimento da ordem de 300% ao ano, nos cinco primeiros anos de sua existência.
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Com essa explosão e a facilidade de uso, começaram a surgir os usuários de fora das universidades: empresas e pessoas físicas. É quase incontável a quantidade de novos negócios que surgiram e continuam a surgir com os nichos criados pela explosão da WWW. O melhor campo para se observar é o de software. Empresas surgiram da Rede e para a Rede, como a Netscape . Seu primeiro produto foi o browser Netscape Navigator, o qual, com o tempo, superou o antigo Mosaic, e mantém uma posição de destaque num mercado com vários concorrentes.
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A estrutura de acesso antes da WWW foi originalmente projetada para membros de centros de pesquisa e universidades. A maior parte das conexões era feita dos próprios centros e laboratórios das universidades, e as que eram feitas de outros locais (casas, escritórios etc.) usavam linhas telefônicas e eram perfeitamente suportadas pela estrutura existente. Porém, com milhares de novos usuários, uma nova estrutura precisou ser montada para complementar a existente. É onde entram os provedores de acesso. Essas empresas têm uma conexão permanente (geralmente de grande capacidade) e modems ligados a linhas telefônicas, disponíveis em grande número para prover acesso aos seus usuários. Mais adiante será explicado em detalhes o funcionamento dos provedores e seu papel no crescimento da Internet.
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Além do surgimento de empresas como a Netscape, as tradicionais empresas de informática voltaram seus olhos para esse novo mercado. Algumas mais rapidamente, como a Sun Microsystems, Inc. , cheia de inovações para a Web, como a linguagem JAVA, ou a Cisco Systems, Inc. , produzindo um dos principais equipamentos utilizados na Internet, os roteadores, que muito ajudaram a rápida expansão da Rede. Outras empresas foram mais lentas, como a gigante Microsoft Corporation . Bill Gates, seu fundador e ex-presidente, chegou a chamar a Internet de "uma bagunça sem real potencial de negócios".
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O fato é que a Internet chegou a ser um fenômeno de massa, com milhões de usuários espalhados pelo mundo, movimentando milhões de dólares em comércio eletrônico. Há vários fatores que colaboraram com isso, um deles é o fato de a tecnologia Internet ser barata (até por ter sido desenvolvida em grande parte em Universidades e outros centros de pesquisa) e aberta, tendo sido rapidamente incluída em todos os sistemas operacionais. Aplicações que antes eram onerosas (exigindo soluções proprietárias e desenvolvimento específico), com a tecnologia Internet se tornaram bem mais baratas, inclusive pelo maior número de usuários para ratear os custos.
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No final do século, a Internet mantém taxas de crescimento altíssimas e novos negócios surgem a cada momento. O que é novidade hoje, amanhã poderá ser apenas uma lembrança ou tornar-se uma idéia bem sucedida e adaptada à rotina da Rede. É muito difícil se prever exatamente como será o futuro da Internet, mas uma coisa é certa: a Rede terá um impacto cada vez maior na sociedade, em todo o mundo.